Nova regra da Gol

A nova regra da Gol começa a valer a partir de novembro de 2025 e traz mudanças importantes sobre o transporte de bagagem de mão. A companhia segue o mesmo caminho da LATAM e cria uma tarifa mais barata — mas com menos benefícios.

Entenda neste guia o que muda, quem será afetado e como isso pode influenciar o preço das passagens aéreas no Brasil.

O que muda com a nova regra da Gol

A Gol Linhas Aéreas anunciou que, a partir de novembro de 2025, entrará em vigor uma nova tarifa chamada Basic, válida inicialmente para voos internacionais.

Com essa mudança, passageiros que optarem pela tarifa Basic não poderão mais levar bagagem de mão de até 10 kg. O direito será apenas a um item pessoal, como uma mochila ou bolsa que caiba sob o assento da frente.

Nova regra da Gol

Até então, mesmo na tarifa mais barata (a Light), o passageiro podia embarcar com uma mala de mão de 10 kg e um item pessoal. Agora, na tarifa Basic, esse benefício desaparece.

Tarifa Basic: inspirada no modelo low cost

A tarifa Basic da Gol segue a mesma lógica aplicada pela LATAM e por companhias low cost (baixo custo) internacionais, como JetSmart, Sky Airline e Flybondi.

A proposta é oferecer um bilhete mais barato, voltado para quem precisa apenas viajar com uma mochila. O modelo é comum em rotas curtas ou corporativas, nas quais o passageiro não precisa despachar nem levar mala de cabine.

Porém, especialistas do setor destacam que, embora o preço inicial pareça mais acessível, o custo final tende a aumentar quando o passageiro adiciona o serviço de bagagem.

Comparativo entre tarifas e direitos

Veja abaixo as diferenças entre as principais tarifas da Gol após a nova regra:

TarifaBagagem de mãoItem pessoalBagagem despachadaIndicação
BasicNão incluída1 item (mochila/bolsa)Pago à parteViagens curtas ou corporativas
Light1 mala de 10 kg1 itemPago à parteViagens de turismo ou curtas
Plus1 mala de 10 kg1 item1 despachada (23 kg)Viagens médias
Max1 mala de 10 kg1 item2 despachadas (23 kg cada)Viagens longas/familiares

O efeito cascata entre companhias aéreas

A mudança da Gol segue o movimento iniciado pela LATAM em 2024, que também introduziu sua tarifa Basic.

Na época, a LATAM argumentou que o novo modelo permitiria oferecer preços mais baixos para competir com companhias de baixo custo da América do Sul. De fato, houve uma redução média de R$150 a R$200 em alguns trechos internacionais, como Buenos Aires e Santiago do Chile.

Entretanto, venho analisando que os valores voltaram a subir poucos meses depois, enquanto os passageiros mantiveram a restrição de bagagem.

É possível que o mesmo ocorra com a Gol, caso o modelo seja expandido para voos domésticos.

Gol cobra bagagem de mão: o que esperar

Com a nova política, muitos passageiros já comentam que a Gol cobra bagagem de mão de forma indireta. Isso porque o serviço, que antes era incluso nas tarifas básicas, passa a ser pago separadamente.

Segundo a companhia, o objetivo é “ampliar a liberdade de escolha e reduzir o custo inicial da passagem”. Na prática, quem precisar levar uma mala de cabine ou despachar bagagem precisará adquirir o serviço adicional.

O preço ainda não foi divulgado oficialmente, mas espera-se que varie conforme o destino, seguindo o padrão atual da LATAM e da Azul.

Comparativo de preços e impactos no mercado

Quando a LATAM lançou sua tarifa Basic, o impacto imediato foi a redução do preço das passagens para alguns destinos internacionais. Em rotas como São Paulo – Santiago, o valor chegou a cair de cerca de R$1.500 para R$1.200, uma redução aproximada de 20%.

No entanto, a diferença desapareceu rapidamente, à medida que o mercado se ajustou e a demanda aumentou.

A expectativa é que a nova regra da Gol siga o mesmo caminho. A curto prazo, pode haver promoções pontuais; mas a médio prazo, especialistas acreditam que os preços devem se estabilizar ou voltar a subir, especialmente porque o serviço aéreo no Brasil ainda enfrenta custos elevados de combustível e impostos.

Leia também:Por que as passagens aéreas estão tão caras no Brasil

Bagagem de mão Gol: o que ainda é permitido

Mesmo com as mudanças, quem comprar passagens em tarifas acima da Basic continuará com direito à bagagem de mão de até 10 kg e a um item pessoal.

As regras seguem os padrões da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que permite malas de até 55 cm x 35 cm x 25 cm como bagagem de cabine.

Itens pessoais aceitos incluem:

  • Mochilas pequenas;
  • Bolsas;
  • Maletas de notebook;
  • Sacolas que caibam sob o assento dianteiro.
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Possibilidade de expansão para voos nacionais

Embora a mudança da Gol comece apenas em voos internacionais, há expectativa de ampliação para o mercado doméstico.

A experiência da LATAM mostra que, após um período de testes em rotas internacionais, a companhia gradualmente aplicou o mesmo modelo em trechos dentro do Brasil.

Caso isso ocorra, passageiros de voos nacionais podem precisar rever hábitos de viagem, optando por tarifas com bagagem inclusa ou comprando o serviço separadamente.

O papel das companhias low cost na América do Sul

O avanço das companhias ultra low cost, como JetSmart (Chile) e Flybondi (Argentina), pressiona as empresas tradicionais a reduzir preços e simplificar tarifas.

Essas companhias oferecem bilhetes muito baratos, mas cobram por quase todos os serviços adicionais, como escolha de assento, lanche e bagagem.

A Gol, LATAM e Azul buscam adaptar parte desse modelo ao Brasil — porém, sem o mesmo nível de redução de custos, o que limita o impacto positivo no preço final.

O que o passageiro pode fazer agora

Enquanto a nova regra da Gol ainda vale apenas para voos internacionais, é importante o viajante se antecipar:

  1. Verifique a tarifa antes da compra. Confira se a bagagem de mão está incluída.
  2. Calcule o custo total da viagem. Às vezes, uma tarifa mais cara com bagagem pode sair mais barata do que pagar por fora.
  3. Compare entre companhias. Azul e LATAM podem ter promoções distintas conforme o destino.
  4. Acompanhe as atualizações. Mudanças no setor aéreo ocorrem com frequência, e o impacto pode chegar aos voos domésticos.

Conclusão: o que esperar da nova regra da Gol

A nova regra da Gol representa mais um passo no processo de adaptação das companhias aéreas brasileiras ao modelo de tarifas segmentadas.

Embora a promessa seja de redução no preço das passagens, a experiência recente mostra que o desconto costuma ser temporário e limitado.

Para o viajante, a melhor estratégia é avaliar o custo-benefício real, especialmente em rotas internacionais. Caso precise levar bagagem, vale comparar o preço final já com todos os serviços incluídos.

E você, o que acha dessa mudança? Acredita que o modelo “só com item pessoal” realmente barateia as viagens?
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Escrito por

Leandro Garcia

Sou Leandro Garcia, ex-consultor da CVC e fundador do Canal Quero Viajar, um blog e canal no YouTube onde compartilho dicas para viajar mais e gastar menos. Também sou franqueado de uma prestigiada agência de viagens com presença forte nacional, agregando experiência prática ao conteúdo que compartilho.